Biodiversity & Ecology

English

Abstract: In southeast Angola, there is a rural village known as Cusseque that, similar to many other societies, has developed a particular relationship with the surrounding landscape. In contrast to the prevailing literature on land practices, I attempt to demonstrate that the global circulating concept of “land use�, which assumes the land is a field of human governance, is not appropriate for grasping this relationship. In Cusseque, I encountered a creative system of utilization based on residents’ reliance on the virtues of the land’s ability to self-govern. Therefore, I explore an alternative conceptual tool and demonstrate that, in addition to “land use� and other analytical constructs, we should view human ecology through the lens of land utilization. This perspective, I suggest, functions on the basis of relational complementarity among all the agents on the land as it realizes the living world as integrative.

Portuguese

Título: “Tudoâ€�: Rumo a um Ecologia de Aproveitamento da Terra

Palavras-chave: �frica; Angola; antropologia ecológica; conhecimento biológico; materialidade relacional; mel; natureza não humana; valores; valores da terra; totalidade

Resumo: No Sudeste da Angola, há uma vila chamada Cusseque que, semelhante a muitas outras sociedades, desenvolveu uma relação especial com o meio envolvente. Em contraste com as práticas sobre a terra encontradas na literatura atual, tento aqui demonstrar que o conceito referente a “uso da terra� que circula mundialmente, e que define a terra como um domínio de governação humana, não é adequado para a compreensão desta relação. Em Cusseque, deparei-me com um sistema de aproveitamento criativo baseado na confiança que os moradores possuem em relação à capacidade e virtude da terra em autogovernar-se. Por isso, neste artigo elaboro uma ferramenta conceptual alternativa que tenta demonstrar que, além de “uso da terra� e outros conceitos analíticos, devemos considerar a ecologia humana sob o prisma do aproveitamento da terra. Tal perspectiva, sugiro, funciona com base na complementaridade relacional entre todos os agentes na terra uma vez que considera o mundo vivo como integrador.